A construção da Identidade

 

 

            mas é-o também para os pais. Tentando experimentar a vida por si próprios, os adolescentes podem tornar-se erráticos e imprevisíveis (o que é desconcertante para os pais) e, tendencialmente, vêem os adultos mais como inibidores do que como apoiantes. Contudo, as investigações mais recentes desmentem um dos mais divulgados “mitos” sobre a adolescência: a ideia de um “fosso entre gerações”. O distanciamento e o aumento dos conflitos, em especial com a mãe (Brooks-Gun, 1991), não impede que a maior parte dos adolescentes considere que tem boas relações com os pais (Atkinson, 1988).

        Todas as transformações e problemas (ex.: criminalidade) da adolescência constituem o “drama da adolescência”. Ora, este “drama” seria incompreensível sem a referência à questão que envolve e engloba todos os aspectos do desenvolvimento do adolescente: “Quem sou eu? O que irei ser e o que irei fazer da minha vida?” é a questão crucial da construção da identidade. Em termos gerais, para Erikson, os adolescentes procuram formar uma identidade que torne possível a participação no mundo adulto, adquirindo confiança, autonomia e diligência ou competência. Como cumprem esta tarefa?

        Imaginando-se em diferentes papéis e testando-os. A experimentação é, em grande parte orientada para uma escolha do que se quer ser em termos profissionais (podem aspirar a ser estrelas de rock, atletas profissionais, bombeiros, etc.), mas inclui também a vertente sexual e romântica e envolve crenças religiosas e convicções políticas. Imaginando, nas experiências que vivem, o seu futuro, os adolescentes começam a descobrir o que virão a ser.

        A preocupação consigo próprio e a formação do seu auto-conceito é responsável pelo egocentrismo adolescente (que nada tem a ver com o de uma criança no estádio operatório).

        A este período experimental na procura da identidade pessoal deu Erikson o nome de moratória psicossocial (examinar diferentes alternativas antes de se decidir o que se vai ser).

        Continuando e aprofundando o trabalho de Erikson sobre a formação da identidade, James Marcia distinguiu quatro estatutos ou situações psicossociais (quatro estatutos identitários):

a) Identidade realizada: o/a adolescente atravessou uma crise de identidade e definiu um compromisso em termos ideológicos, profissionais e afectivos.

b) Moratória: vive-se uma crise de identidade, não se estabeleceu ainda nenhum compromisso, mas procura-se alcançar esse objectivo.

c) Identidade outorgada: foi estabelecido um compromisso sem passar propriamente por uma crise de identidade. Trata-se de uma identidade não construída, mas atribuída, definida por outrem (normalmente pela família).

d) Difusão da identidade: o/a adolescente não vive uma crise – não está no meio de uma crise – e não realizou qualquer compromisso. Esta situação pode significar que se está no início do processo de realização da identidade pessoal (antes da crise) ou que, tendo havido uma crise, se fracassou na tentativa de definir compromissos.


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