Mecanismos de adaptação

Mecanismos de adaptação ao meio: assimilação, acomodação e equilibração

        A adaptação envolve a contrução de esquemas através da interação com o meio, sendo possível devido a duas actividades completamentares: assimilação e a acomodação.

        Os esquemas são padrões de comportamento e de pensamento que organizam a nossa interacção com o meio. São padrões de acção e estruturas mentais que, organizando a nossa experiência, estão envolvidas na aquisição de conhecimentos.

        Durante os primeiros meses de vida os esquemas baseiam-se em acções. Os objectos são agrupados conforme as acções que as crianças realizam. Assim, chupando e agarrando, as crianças criam categorias de objectos que podem ser chupados e agarrados. Estes esquemas baseados em outros esquemas – chupar e agarrar – são a forma de as crianças “marcarem mentalmente os objectos com os quais se relacionaram”.

        Os esquemas mudam constantemente ou consolidando-se ou transformando-se noutros mais complexos, adaptando o sujeito à sua crescente e cada vez mais diversificada interacção com o meio.

 

A assimilação:

        A assimilação é o mecanismo que integra ou incorpora novas informações e experiências em esquemas já existentes.

        A assimilação verifica-se quando usamos esquemas existentes para dar sentido aos novos acontecimentos e experiências. Mediante a assimilação respondemos a uma nova situação de modo semelhante ao que adoptamos numa situação familiar, sem necessidade de modificar os esquemas existentes. Há assimilação quando um novo objecto ou situação suscita uma actividade que já fez parte do nosso reportório. Por exemplo, os bebés usam o esquema de sucção não só para se alimentarem como também para chuchar no dedo. A criança que aprendeu a segurar num garfo demonstra assimilação ao segurar numa colher. O esquema do agarrar funciona não só com bonecos, mas também com blocos de lego e diversos objectos de pequena dimensão.

 

A acomodação:

        A acomodação é o mecanismo de ajustamento dos esquemas existentes (ou de criação de novos) quando as novas informações e experiências não podem ser assimiladas.

        Se os dados não podem ser incorporados nos esquemas existentes é necessário o desenvolvimento de esquemas ou estruturas mais apropriados.

        Por exemplo, a criança que aprendeu a agarrar diferentes objectos de pequena dimensão com uma mão bem cedo se apercebe de que os outros objectos só podem ser agarrados e erguidos com as duas mãos e de que muitos outros não podem ser levantados.

A equilibração:

        Consiste em procurar estabelecer um equilíbrio entre assimilação e acomodação. Excessiva assimilação e excessiva acomodação impedem ou perturbam o desenvolvimento cognitivo. Periodicamente, somente novos esquemas ou estruturas permitem que assimilemos e acomodemos de modo relativamente equilibrado. O desejo de equilíbrio move o desenvolvimento porque nos conduz a patamares superiores de equilíbrio e por isso de adaptação à realidade.

        As pessoas, periodicamente, atingem um ponto em que os seus esquemas já não funcionam adequadamente na resolução de um problema ou na compreensão de uma situação. Torna-se então necessário construir novos esquemas – baseados em esquemas anteriores – que sejam mais adaptativos na relação com o mundo físico e social. Obtém-se assim um novo equilíbrio entre assimilação e acomodação, equilíbrio instável, porque novos desequilíbrios ou conflitos cognitivos irão surgir, exigindo outros níveis de adaptação.  


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